.
A dermatite canina é atualmente uma das doenças mais recorrentes enfrentadas pelos pets. Por causar bastante desconforto, sua identificação é mais rápida, podendo assim evitar maiores transtornos.
O tutor precisa estar atento aos sinais que podem vir aparecer na pele de seus animais de estimação como coceira, mau odor, feridas e até mesmo sinais visíveis de infecção.
O tratamento para a enfermidade requer alguns cuidados que ao serem seguidos poderão eliminar de maneira exata os sintomas.
A PELE DOS CÃES.
Ela é o maior órgão do corpo tanto de humanos quanto de cães, sendo responsável por proteger o organismo, regular a temperatura corporal e serve como barreira para parte interna e externa. Através dela, do tato, o animal consegue sentir superfícies e lugares.
A pele não é um órgão isolado do resto do corpo, muito pelo contrário ela trabalha junto com vários órgãos. Através dela muitas vezes podemos perceber o que está acontecendo internamente, já que é possível manifestar sintomas de problemas internos.
Assim como a pelagem do cão, ela pode variar em qualidade entre raças e entre os indivíduos dentro de uma mesma espécie. Podem diferir também de uma área para outra do corpo de acordo com a idade e sexo do animal.
Ela é formada pela epiderme: que é a camada mais superficial da pele, em contato com o ambiente; a derme ou cório: formada por tecido conjuntivo e localizada abaixo da epiderme, sendo a camada mais espessa da pele e a hipoderme ou tecido subcutâneo: ele é localizado abaixo da derme, a mais profunda camada de tegumento.
PELAGEM.
Os pelos proporcionam grande proteção para os cães, devido a sua natureza fibrosa e volumosa, protegendo contra cortes, abrasões, dano térmico por irradiação e irritantes químicos, servindo também como filtro e isolante. Poucas são as substâncias, que realmente entram em contato com a pele de animais peludos. Normalmente os traumatismos físicos são abrandados antes que atinjam a superfície cutânea.
Sabendo que existem os mais diferentes tipos de raças caninas, podemos encontrar também os mais diversos tipos de pelagem, que essencialmente tem a ver com a função de cada raça e que precisam de cuidados específicos em relação à saúde, assim como na hora da tosa. Um bom exemplo são os cães da raça Lhasa Apso, que apresentam pelagem longa, com fios lisos e finos e os Labradores, que apresentam pelagem curta e fina. Ou seja, são vários tipos de pelagem diferentes e cada uma precisa ter os seus próprios cuidados.
Principais tipos de pelagem em cães:
PELAGEM CURTA:
É identificado com pelagem curta, cães que apresentam os pelos bem rentes ao corpo, com cerca de 1 a 4 centímetros de altura. Pets de raças que apresentam a pelagem curta normalmente não suportam temperaturas mais baixas, tendendo a trocar de pelos na Primavera e Outono. Raças como Doberman, Pitbull e Boxer fazem parte dessa categoria. Por terem fios finos e sensíveis, é recomendado que a pelagem seja escovada uma vez por semana com escovas próprias para o tipo de pelo.
PELAGEM LONGA:
Cães com esse tipo de fio tendem a perder pelos de forma contínua ao longo do ano, podendo se intensificar em determinadas épocas. Cães como o Yorkshire Terrier e Maltês, são exemplos desse tipo de pelagem. Os cuidados são mais específicos e detalhados, como a escovação diária para evitar o embaraçamento e uso de shampoos específicos.
PELO CURTO ENCARACOLADO OU FRISADO:
Esse tipo de pelagem dá um pouco mais de trabalho, necessitando de cuidados como tosa o ano inteiro. Além disso, o banho precisa ter uma frequência maior, pelo menos há cada vinte dias, pois os fios costumam a sujar mais. São exemplos de raças com pelo curto encaracolado ou frisado o Caniche, também conhecido como cão de água e Kerry Blue Terrier. Os cuidados requerem produtos específicos e uma escovação diária para evitar o surgimento de nós.
PELO ONDULADO E LONGO:
Com a pele mais grossa, cachorros com o pelo ondulado e longo costumam ser de médio ou grande porte. Possuem resistência moderada para o frio, sendo também ótimos nadadores. Exemplos desse tipo de pelagem são o Setter Gordon e o Golden Retriever. Os cuidados são bem simples, requerendo banhos uma vez por mês e com escovações regulares para evitar os nós dos pelos.
PELAGEM DUPLA:
Cães dessa categoria apresentam pelos longos ou curtos, com espessura mais áspera ou ligeiramente lisas. Possuem normalmente, pelos mais densos. São cães de localizações geográficas mais frias, aguentando assim, temperaturas muito baixas. São exemplos de raças com pelagem dupla o São Bernardo, Pastor Branco Alemão e Sheepdog. Para cuidar deste tipo de pelagem, é necessário avaliar a frequência em que irá ser tosada, pois depende do ambiente em que o animal vive.
PELAGEM DE TEXTURA DURA:
Esses animais apresentam pelos de até dez centímetros de comprimento, como é o caso das raças Schnauzer e o West Highland Terrier. como cuidados para esta pelagem é necessária uma escovação diária, para que o pelo solto possa ser tirado, não impedindo os fios novos que estão nascendo. Cães com pelagem de textura dura chegam a ter até duas camadas de pelo, sendo uma dura e outra mais brilhante e suave.
PELAGEM DE TEXTURA LISA:
Pets com pelagem de textura lisa possuem maior facilidade nos cuidados, pois não necessitam de tantos banhos. Eles podem ter intervalos de um mês e meio até o próximo banho, pois quando são dados em excesso, podem danificar sua pelagem. É necessário escovar os pelos por pelo menos duas vezes na semana, utilizando escovas macias. Nas estações Primavera e Outono tendem a perder mais pelos, por isso é necessário que durante esses períodos a escovação tenha maior frequência.
A falta de conhecimento sobre o tipo de pelagem de seu animal de estimação, pode ocasionar em vários tipos de doenças e desconfortos dermatológicos. Quando há um desequilíbrio dessa flora natural por diversos motivos, a proteção em seu cachorro fica vulnerável, podendo assim facilitar que agentes penetrem causando doenças, entre elas a dermatite canina.
O QUE É DERMATITE?
A dermatite, também chamada de eczema, é uma inflamação das camadas superficiais da pele que causa coceira, bolhas, vermelhidão, inchaço e muitas vezes, exsudação, crostas e descamação.
Ela pode ser desencadeada por uma reação a uma substância, durando somente algumas horas ou por alguns dias, podendo ser causada por diversos fatores. Pode surgir em qualquer período da vida e atingir qualquer parte do corpo. Alguns tutores acabam confundindo essa doença com o câncer de pele, para não cometer o mesmo erro, clique aqui para entender os sintomas do câncer de pele em peta.
Independentemente de seu tipo ou causa, a dermatite é sempre o modo como a pele reage a um ressecamento grave, um arranhão mais profundo, uma substância que causa irritação ou a um alérgeno. Geralmente, essa substância entra em contato direto com a pele, mas por vezes, a substância pode ser ingerida.
DERMATITE CANINA.
A dermatite em cães, conhecida como Dermatite Canina, é uma infecção ou uma inflamação na pele do animal, sendo comum principalmente em raças cuja a pelagem é longa e espessa, como os cães da raça Golden Retriever e nos que possuem muitas dobras de pele, como os cães da raça Shar-Pei. A condição natural da pelagem e das dobras na pele dessas raças costumam ser um ambiente favorável para proliferação de bactérias e fungos, que é umas das principais causas da Dermatite Canina.
O seu desenvolvimento não acontecem somente através da presença de bactérias e fungos, suas causas podem ser diversas. Entre elas estão parasitas, micro-organismos, alergias, questões hormonais, lesões na pele ou lesões por produtos químicos e autoimunes. Também é preciso lembrar que animais que sofrem de estresse tendem a se morder ou lamber, o ambiente úmido deixado pela saliva se torna perfeito para o desenvolvimento de fungos e bactérias.
Existem ainda pet com mais chances de apresentar a doença por razões genéticas. Em geral, cães de raça são mais propensos a desenvolver dermatite canina do que os sem raça definida ou vira-latas.
PRINCIPAIS TIPOS DE DERMATITE CANINA:
Entende-se por Dermatite, qualquer inflamação na pele, podendo se manifestar de diferentes maneiras, através de vesículas, erosões, úlceras, nódulos, entre outras, possuindo diversas causas. É importante consultar um médico veterinário de confiança, pois somente ele poderá dar o diagnóstico correto e o tratamento ideal para cada tipo de dermatite.
DERMATITE ATÓPICA CANINA:
A dermatite atópica é causada normalmente por três tipos de alérgenos: os pólens, os ácaros e os fungos, surgindo com maior frequência em cães mais jovens, com idade entre um e três anos, de ambos os sexos. Em muitos casos a ocorrência da doença é sazonal, surgindo na chegada da Primavera e podendo se estender até a chegada do Verão.
O diagnóstico deverá ser feito pelo médico veterinário, depois que seja descartado outras possíveis doenças, que tenham sintomas semelhantes, como pulgas, sarna, infecções de pele, alergias alimentares. Será realizado testes intradérmicos ou testes sorológicos, afim de que seja descoberto se é realmente Dermatite. No primeiro teste, é colhido uma amostra de sangue do animal e ela é enviada para um laboratório especializado. A avaliação do resultado destes testes permite a compilação de uma lista de alérgenos aos quais o animal de estimação revelou ter maior sensibilidade.
Os sintomas são variados podendo deixar o pelo escasso e sem brilho, a ruborização do abdómen, axilas, face, orelhas e pés, as alopecias que são falhas de pelo, arranhões e feridas devido ao coçar, lamber ou mordiscar constante. O aparecimento de pústulas no abdómen, infecções de pele com recidivas após tratamento, mordiscar e lamber espaços entre os dedos e região perianal, otites recorrentes, pele grossa e grisalha também são manifestações da doença.
Para o tratamento ser bem sucedido é necessário que se siga as instruções passadas pelo médico veterinário. A primeira medida consiste em evitar o alérgeno, como por exemplo aspirar e retirar as almofadas da zona onde o animal passa mais tempo, usar produtos hipoalergênicos, para que seja mantido o ambiente em que o animal vive bem ventilado.
O uso de alguns remédios podem ser utilizados para o tratamento de dermatites alérgicas, como os corticóides, anti-histamínicos e shampoos de tratamento específicos.
DERMATITE ALÉRGICA À PICADA DE PULGAS EM CACHORRO (DAPP).
A pulga é um dos parasitas mais frequente nos animais de estimação, principalmente em cachorros. A mais comum é a Ctenocephalides canis - pulga de cão, que caracteriza por se alimentar do sangue do animal que serve como seu hospedeiro, picando-o. Por serem tão pequenas, não são fáceis de ver. Além disso, possuem uma capacidade de reprodução extraordinária, produzindo mais de 100 ovos diários dos quais nascem larvas, que em poucas semanas chegam a fase adulta.
A DAPP ocorre em animais que desenvolvem hipersensibilidade, ou seja a alergia aos componentes da saliva da pulga. Enquanto algunstoleram um número moderado de picadas de pulgas por dia, os animais com DAPP não toleram nenhuma.
Seu surgimento acontece sobretudo na Primavera e Verão, apesar disso também pode ocorrer em outras épocas do ano.
O diagnóstico deverá ser feito pelo médico veterinário, baseando-se na observação da distribuição das lesões e observação de pulgas ou de suas fezes, juntamente com testes de alergias intradérmicos e de sangue.
O tratamento visa a exterminação efetiva das pulgas. Atualmente existem produtos disponíveis no mercado efetivos no seu controle, fazendo a eliminação presente no animal e prevenindo novas infestações. Dessa forma é importante que seja feito a limpeza correta do lugar onde o animal vive, aspirando todos os tapetes, carpetes, sofás e cortinas.
DERMATITE POR INFECÇÃO BACTERIANA - PIODERMITE.
A sua principal característica é a infecção bacteriana da pele, podendo ser desencadeada por um desequilíbrio na saúde do animal de estimação.
Alguns fatores predispõem à proliferação das bactérias, causando a piodermite como: traumatismo, a deficiência na higienização, processos infecciosos, doenças autoimunes. O diagnóstico deverá ser feito pelo médico veterinário que baseado no histórico clínico, descartando possíveis doenças, realizando exames de citologia com intuito de identificar o tratamento com antibiótico que seja mais eficiente para o caso.
Os sintomas da piodermite variam muito de acordo com a localização e profundidade da lesão. Podem ocorrer a presença de pústulas, comichão de nível leve a moderado, perda de pelo, lesões ulceradas com presença de secreção purulenta e/ou sanguinolenta. Além da possibilidade de sinais sistêmicos em casos graves, como anorexia ou perda de apetite e febre.
O tratamento é feito principalmente com o uso de substâncias anti-sépticas tópicas. Geralmente é necessário associar antibiótico injetável ou por via oral.
DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA.
Com origem psicológica, a dermatite por lambedura, também é chamada de dermatite psicogênica. É uma doença de pele que acomete os cachorros, apresentando um aspecto grosseiro e ulcerações na pele. Geralmente é localizada próximo aos punhos, tornozelos e entre os dedos das patas, mas isso não é uma regra. Afeta principalmente cães de grande porte como São Bernardo, Kuvasz, Rottweiler, Golden Retriever, Dogue Alemão entre outros. Porém, os de pequeno e médio porte, não estão livres de apresentar a doença. Ocorre em qualquer idade, podendo afetar tanto cães machos quanto fêmeas.
O seu desenvolvimento é causado pelo nível de estresse em que o animal está submetido. O ato de lamber libera a endorfina dando a ele uma sensação de prazer ao mesmo tempo em que o efeito narcótico impede a sensação de dor, assim a lambedura pode virar feridas que provocam uma infecção secundária. Na maioria das vezes precisa ser tratada com antibióticos.
O diagnóstico deverá ser feito pelo médico veterinário, que investigará o caso clínico do animal para receitar o melhor tratamento, junto com a mudança da rotina em que o cão vive, eliminando assim os fatores que causam estresse.
O tratamento consiste em tratar a ferida, colocar um colar elizabetano durante o tratamento, para evitar que o animal tenha novo contato com a lesão. Também deve ser usado anti-sépticos. Dependendo da situação, pode existir a necessidade de antibióticos por via oral, devido a infecção secundária. Alguns veterinários prescrevem antidepressivos ou ansiolíticos para o auxílio de uma eventual depressão que o animal possa está passando.
7 RAÇAS MAIS SENSÍVEIS A DERMATITE:
A dermatite se revela em geral, como um fator congênito. Algumas raças de cães possuem em sua genética, predisposição em adquirir ao longo de sua vida, determinadas doenças de pele.
Confira 7 raças de cachorros com maior predisposição para desenvolver dermatites:
1. Husky Siberiano:
A raça normalmente apresenta deficiência de zinco, o que pode provocar a dermatite nasal. A falta dessa substância pode desencadear problemas como a dermatite nasal e alopecia. Para evitar os possíveis transtornos, é necessário levar o animal a um médico veterinário, para iniciar o tratamento suprindo assim, a falta do nutriente no organismo do cachorro.
2. SharPei
Sua característica marcante são as dobrinhas e é justamente por elas que a proliferação de fungos acontece, causando dermatites. Sua pele é normalmente mais áspera e arenosa, o que já o torna muito sensível. Na hora do banho é preciso muita atenção para não deixar a pele úmida entre as dobrinhas, dessa forma evitando o acúmulo de fungos.
3. Labrador
A raça de cão Labrador possui uma predisposição genética em ter dermatite atópica. O quadro é caracterizado principalmente por uma coceira intensa que traz muito incômodo para o animal, levando-o a causar lesões e feridas na pele. É importante procurar um especialista para tratar o problema assim que qualquer sinal de coceira frequente seja observado.
4. Golden Retriever
A raça pode sofrer com a piodermite, que é uma infecção bacteriana bastante comum, ocorrendo geralmente de forma secundária, isto é, deriva de outra enfermidade, como problemas na tireoide e alergias.
5. Poodle
Problemas comuns para essa raça são fungos, alergias e inflamações nas glândulas sebáceas. Os cães da raça Poodle têm maior tendência para desenvolver alergias e piodermites caninas. O tratamento deve ser indicado e acompanhado por um veterinário dermatologista.
6. Pitbull
Eles têm a predisposição em apresentar dermatite atópica, ligada à sua condição genética. Caracterizada por uma forte coceira, normalmente também há perda de pelo no local afetado. O problema ocorre por conta de uma deficiência do sistema imunológico desses cães. Quando o cachorro é afetado por essa doença, pode apresentar queda de pelos e vermelhidão na pele.
7.Cocker Spaniel
Por apresentar uma pelagem longa, a raça necessita de um cuidado extra com a saúde da pele. A dermatite é muito comum nessa raça causando muito desconforto como coceiras e feridas na pele.
A saúde dos nossos animais de estimação deve sempre ser olhada com carinho e cuidado. Por isso é muito importante fazer o acompanhamento periódico com o veterinário de confiança. Caso o seu animal apresente algum dos sintomas citados ao longo do texto, procure um médico veterinário o mais rápido possível.
Nossa equipe de profissionais veterinários está pronta para atendê-lo. Clique aqui e realize seu agendamento com o HPMV.